sábado, 31 de janeiro de 2009

Transplante de células estaminais pode reverter esclerose múltipla

- Ensaio na fase inicial da doença -

30.01.2009 - 18h11 Reuters
Transplantes de células estaminais da medula óssea do próprio doente conseguiram reverter a esclerose múltipla, em 21 doentes que estavam numa fase inicial da doença, relata uma equipa internacional de cientistas na revista The Lancet Neurology.

A esclerose múltipla é uma doença auto-imune, em que as células do sistema imunitário atacam a mielina, o material que reveste as extensões das células do sistema nervoso, tal como as capas de plástico protegem os fios eléctricos. Numa fase inicial, os sintomas vêm e vão — só numa fase mais avançada os problemas se tornam permanentes. Neste estudo participaram doentes jovens, ainda na fase inicial da doença.

As injecções das células estaminais sanguíneas (que dão origem a todo o tipo de células que formam o sangue) parecem ter reposto o funcionamento do sistema imunitário. No entanto, este é um pequeno estudo.

Apesar de o estudo ser ainda preliminar, 81 por cento dos doentes mostraram sinais de melhoria dos sintomas da doença com tratamento — que previamente tinham sido sujeitos a quimioterapia, para destruir o seu sistema imunitário. “Começamos tudo de novo, com o transplante”, disse à agência Reuters Richard Burt, da Northwestern University (EUA), principal autor do estudo.

Mas estes são resultados preliminares — esta técnica tem sido usada experimentalmente nos últimos 15 anos, embora sem estudos que afiancem a sua eficácia. São precisos outros ensaios clínicos, mais alargados e com grupos de controlo (pessoas que não fazem o tratamento), sublinhou Burt.

Fonte: Público Online

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A luta contra a esclerose múltipla contada na primeira pessoa

Livro é apresentado sábado, 31 de Janeiro, na Biblioteca Municipal de Tomar

Ana Isabel Freitas não se fechou na sua concha quando descobriu que tinha esclerose múltipla, uma doença silenciosa que avançou com passinhos de lã. Foi à luta e hoje trabalha a partir de casa produzindo quadros, peças de cerâmica e bijuteria.

“Quando dizia a alguém que tinha esclerose múltipla reparei que as pessoas não sabiam o que era”, conta Ana Isabel Freitas, 37 anos, mãe de dois adolescentes e moradora em Tomar. Foi este o principal motivo que a levou a escrever o livro “Como viver melhor com Esclerose Múltipla”, onde utiliza o pseudónimo Anne Rodrigues, que vai ser apresentado no sábado, 31 de Janeiro, pelas 15h00, na Biblioteca Municipal de Tomar. O conteúdo da obra, publicada numa edição de autor, foi supervisionado por um médico.

O livro, que conta com a colaboração da Associação Nacional de Esclerose Múltipla, inicia com uma explicação acerca dos sintomas e terapêuticas e, nas páginas seguintes, encontram-se alguns conselhos para facilitar a vida aos portadores da doença crónica. A parte final do livro é reservada ao testemunho da autora que, segundo indica, demorou dez anos até lhe ter sido diagnosticada a doença. “Os primeiros sintomas surgiram logo a seguir ao nascimento da minha filha mais nova, que tem hoje 15 anos”, conta a O MIRANTE, relembrando o primeiro surto. Uma dormência nos pés que lhe retirava, progressivamente, todas as forças do corpo, impossibilitando-a, inclusivamente de ligar a alguém a pedir socorro. O diagnóstico, após ter sido atendida, foi o de uma depressão pós-parto. Consultou outros especialistas e o diagnóstico mantinha-se. “O que fazia era deitar-me e esperar que passasse”, conta.

Como o problema regressava pelo menos duas a três vezes por ano, Ana Isabel Freitas nunca aceitou que o seu estado de saúde se devesse a uma depressão. Até porque se assim fosse considerava-se suficientemente forte para lutar contra ela. Em 2002, enquanto esperava com o marido por uma consulta de rotina no Centro de Saúde de Tomar olhou para um poster informativo que estava afixado numa das paredes. Na cabeça de Ana Isabel Freitas fez-se luz. “Eram os meus sintomas que estavam ali descritos quando li: sente dificuldade em manter o equilíbrio? Em fixar um ponto? Então pode ter esclerose múltipla”, atesta.

A consulta mudou completamente o rumo mas o clínico que a atendeu não valorizou a sua opinião. “Fui a um neurologista particular e quase que o obriguei a passar-me uma credencial para fazer uma ressonância magnética”, relembra, confirmando o exame que, de facto, já existiam várias lesões a nível cerebral. Ficou internada no Hospital dos Covões, em Coimbra, para fazer mais exames. Ficou lá durante três semanas. “Demorei dez anos a saber o que realmente tinha e fui praticamente eu que descobri a minha doença”, desabafa, salientando que, segundo os médicos, os sintomas são muito idênticos aos de uma depressão e só através de exames se consegue traçar o diagnóstico.

Devido a esta doença Ana Isabel Freitas sempre teve dificuldade em manter os empregos por muito tempo uma vez que, de vez em quando, era obrigada a ficar em casa de baixa médica por lhe faltarem as forças. “Os patrões acabavam por não renovar o contrato por acharem que estava a fazer ronha”, atesta. Por isso, e uma vez que a doença estabilizou devido à medicação que toma regularmente, encontrou uma alternativa, com a ajuda do Centro de Emprego de Tomar, para obter alguns rendimentos, trabalhando a partir de casa. Face a uma proposta que desenvolveu, a instituição ajudou-a a iniciar uma actividade de empresária em nome individual, co-financiando-lhe o website site geniusarte.com.pt onde vende os seus quadros, peças de cerâmica, de bijuteria e o seu livro.

Link do artigo: clicar aqui (Fonte: O Mirante)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Alfama recebe 2,2 milhões de euros do QREN

A farmacêutica portuguesa Alfama viu o IAPMEI aprovar um financiamento de 2,2 milhões de euros proveniente do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e destinado a apoiar o desenvolvimento de moléculas libertadoras de monóxido de carbono, uma tecnologia desenvolvida pela ‘start up’ portuguesa para vários fins terapêuticos.

Miguel Prado
Miguelprado@mediafin.pt

A farmacêutica portuguesa Alfama viu o IAPMEI aprovar um financiamento de 2,2 milhões de euros proveniente do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e destinado a apoiar o desenvolvimento de moléculas libertadoras de monóxido de carbono, uma tecnologia desenvolvida pela ‘start up’ portuguesa para vários fins terapêuticos.

“Este apoio do QREN é prova de que Portugal está a apostar em tecnologias de ponta e em equipas empreendedoras para revigorar a sua economia nesta altura difícil. O financiamento permitirá à Alfama dar uma nova força à base transversal da sua tecnologia, ao mesmo tempo que beneficia de investimentos privados de capital de risco para levar as suas moléculas mais promissoras até às fases de desenvolvimento clínico, numa estratégia mais vertical”, comentou o presidente da Alfama, Nuno Arantes Oliveira.

O presidente do IAPMEI, Luís Filipe Costa, declarou, num comunicado da Alfama, “estar extremamente satisfeito com a aprovação desta candidatura no âmbito do QREN, que possibilitará o desenvolvimento do projecto pioneiro da Alfama, em complemento ao financiamento já angariado pela empresa junto de capitais de risco portuguesas (Inovcapital e Aicep Capital) e business angels nacionais e internacionais”.

O projecto das moléculas libertadoras de monóxido de carbono, também designadas CORM, assenta em moléculas pertencentes a várias classes químicas que levam monóxido de carbono (CO) a locais específicos no organismo e em situações patológicas particulares.

“Nos últimos anos as CORMs têm revelado um perfil de segurança muito atractivo e têm demonstrado efeitos terapêuticos em modelos animais de doenças humanas tais como a hepatite aguda, a esclerose múltipla, a artrite reumatóide, o enfarte do miocárdio, a rejeição de transplantes e a malária, entre outras”, explica a Alfama.