sexta-feira, 12 de novembro de 2010

39% cento dos doentes com Esclerose Múltipla não falam da perda de mobilidade com médico


De acordo com um novo inquérito internacional desenvolvido em 6 países (Canadá, França, Alemanha, Espanha, Suécia e Reino Unido), os doentes esclerose múltipla (EM) e os profissionais de saúde têm percepções diferentes acerca dos problemas de mobilidade causados por esta patologia, avança comunicado de imprensa.

O documento revela que 39% das pessoas com EM e 49% dos seus cuidadores nunca ou raramente discutem com o médico questões relacionadas com a mobilidade. Para além deste facto, 56% profissionais de saúde inquiridos referiram que os seus doentes apresentam alguma perda de mobilidade causada pela doença, enquanto que mais de 85% dos doentes revelaram sentir uma redução nas suas capacidades motoras.

Para além destas conclusões, 45% dos doentes referiram que os seus problemas de mobilidade fizeram-nos perder amigos, 72% atribuíram às dificuldades motoras um impacto significativo nas suas vidas laborais, 64% referiram perdas de produtividade devido aos problemas de mobilidade e 37% admitiu ter pensado em suicídio devido aos desafios de mobilidade que enfrentam.

Para Shibeshih Belachew, especialista em Neurobiologia da Universidade de Liège, na Bélgica e um dos responsáveis pelo projecto, “a perda de mobilidade pode ter um enorme impacto em diferentes aspectos da vida das pessoas com EM. Os efeitos físicos e psicológicos podem reduzir as capacidades de trabalho e de contribuição para a sociedade”.

Assim, o especialista aconselha: “Como médicos, devemos orientar os doentes nos desafios da mobilidade e ajudar as pessoas com EM a terem vidas produtivas e a manter o seu bem-estar social, físico e mental”.

Actualmente, e de acordo com a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), cerca de 60% dos doentes com EM precisam de ajuda para se movimentar passados 20 anos do diagnóstico.

A EM é uma doença do foro neurológico que já afecta cerca de 6 mil portugueses que afecta o Sistema Nervoso Central. Por um processo ainda não completamente conhecido, o sistema imunitário da pessoa ataca a mielina, a substância que envolve as fibras nervosas, afectando seriamente o bom funcionamento de todo o organismo. Daí ser chamada de doença auto-imune, sendo um processo degenerativo, incapacitante e progressivo.

Este inquérito internacional, desenvolvido pela Biogen Idec, incidiu nas as experiências dos doentes com EM e dos profissionais de saúde que os acompanham (neurologistas e enfermeiros). No total, foram inquiridos mais de 400 doentes e 180 profissionais de saúde do Canadá, França, Alemanha, Espanha, Suécia e Reino Unido.

Fonte: RCM Pharma


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