sexta-feira, 18 de março de 2011

Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobrem moléculas de EM com papel duplo


Investigadores portugueses descobriram que moléculas presentes no sistema nervoso e associadas à esclerose múltipla ou à doença de Alzheimer existem também no mecanismo que permite a comunicação entre os gâmetas masculinos das plantas, presentes no pólen, e o pistilo (órgão sexual feminino), logo, a reprodução na natureza.

Num artigo publicado ontem na revista "Science Express", a equipa liderada pelo investigador José Feijó, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, abre portas para o estudo da conservação dos mesmos mecanismos celulares em plantas e em animais, como o homem. Num comunicado do IGC, a equipa explica que descobriu que a polinização nas plantas envolve canais e moléculas que também participam nos processos de comunicação entre células do sistema nervoso central de animais. Além de estarem envolvidas na memória e na aprendizagem, os investigadores já tinham associado estas estruturas - no caso, canais chamados Glutamate-like receptors (GLRs) e um aminoácido raro chamado D-Serina (D-Ser) - a diferentes doenças neurodegenerativas.

O estudo das moléculas foi feito através da observação genética, farmacológica e electrofisiológica da planta do tabaco e da Arabidopsis, uma planta da família da mostarda. "Os nossos resultados, que identificaram genes análogos nos processos de crescimento de plantas e animais, indicam como a evolução reutiliza mecanismos eficazes uma e outra vez", disse José Feijó, em comunicado.

Fonte: I online


1 comentário:

mariadanazare disse...

Uma boa notícia para "todos" nós! A investigação não pára e quem sabe, um dia, a esclerose (e outras doenças, hoje sem cura)deixe de ser o "papão" e não passe de uma "constipação". Muito obrigada a quem pesquiza e nos traz uma luzinha, nem que seja no fundo de um longo túnel...