quinta-feira, 24 de março de 2011

Olhos ‘rasgados’ são mais rápidos


Cientistas da Universidade de Liverpool descobriram que os padrões de movimento dos olhos do povo chinês, nascido e criado na China, são diferentes das pessoas que vivem na Grã-Bretanha.

A equipa investigou, juntamente com a Universidade de Sichuan em Chengdu, China, os movimentos de olho em chineses e britânicos para entenderem melhor os mecanismos cerebrais que os controlam, bem como se são comparáveis entre diferentes populações humanas. Os cientistas descobriram que existe um tipo de movimento dos olhos que é raro na população britânica e muito mais comum na população chinesa, sugerindo que pode haver pequenas diferenças na função cerebral entre diferentes populações.

Os testes de movimentos dos olhos podem ajudar a identificar sinais de lesão ou doença cerebral, como esclerose múltipla e esquizofrenia, em populações em todo o mundo. Esta investigação em Liverpool demonstrou, no entanto, que na população chinesa existem muitas pessoas saudáveis que apresentam um padrão de movimentos oculares que se pensava ser rara na ausência de lesão ou doença. Os resultados do estudo, publicados na revista Experimental Brain Research, sugerem que este padrão pode não ser tão eficaz como um sinal de função cerebral alterada, em cada comunidade global, como se pensava inicialmente.

A trabalhar na China e na Grã-Bretanha, a equipa testou os movimentos oculares rápidos. Os participantes do estudo foram solicitados a responder a pontos de luz com os olhos à medida que estes apareciam de repente para a direita ou esquerda. O tempo de reacção dos movimentos oculares foi a principal medida que a diferenciação entre os vários grupos chineses e não chineses.

O estudo mostrou que “97 por cento dos britânicos tinham o atraso comum de um quinto de segundo, e apenas três por cento tinha a resposta muito mais rápida. No entanto, no grupo chinês 30 por cento teve a resposta mais rápida e menos comum. Os participantes eram saudáveis, com visão normal e o padrão de movimentos oculares que se pensava ser raro, era relativamente comum na população chinesa”, explicou Paul Knox, do Instituto de Envelhecimento e Doenças Crónicas.


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