quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Fazendo do olho uma janela para o cérebro


Janela para o cérebro

Um simples e rápido exame ao olho pode estimar, com grande confiança, a intensidade dos danos cerebrais em pessoas portadoras de esclerose múltipla.

A esclerose múltipla é uma doença neurológica crónica que destrói a mielina, uma camada que isola as fibras do sistema nervoso central, causando sintomas como visão embaçada, perda de equilíbrio e paralisia.

O exame ocular pode dar aos médicos informações sobre como a doença está progredir.

"O olho é uma janela para o cérebro. Medindo quão saudável o olho está, nós podemos determinar quão saudável o resto do corpo está," disse o Dr. Peter A. Calabresi, da Universidade Johns Hopkins (EUA), que coordenou o desenvolvimento do novo exame, que dura menos de cinco minutos.

Tomografia de coerência óptica

A equipe usou um exame chamado tomografia de coerência óptica para gerar imagens dos nervos no fundo do olho, aplicando um software especial que eles desenvolveram para estimar a condição de camadas profundas do tecido sensível à luz da retina, uma parte do olho até agora inacessível.

"Exames oculares não são caros, são realmente seguros, e são largamente usados em oftalmologia. Agora que temos evidências de seu valor preventivo na esclerose múltipla, poderemos usá-lo como uma ferramenta quantitativa para aprender mais sobre a progressão dessa doença, incluindo os danos aos nervos e a atrofia cerebral," disse Calabresi.

Novo enfoque para a esclerose múltipla

Calabresi afirmou que a nova técnica poderá mudar o enfoque tradicional que os médicos têm da esclerose múltipla, que há muito tempo é tida como uma doença autoimune que ataca uma proteína chamada mielina, que ser de isolamento para os nervos e os ajuda a enviar impulsos elétricos que controlam o movimento, a fala e outras funções.

O novo exame pode dar novas informações sobre a doença, uma vez que não há mielina nas partes profundas do fundo do olho.

Se o sistema imunológico está a atacar outras coisas para além da mielina, isso pode abrir novas pesquisas para o desenvolvimento de terapias contra os sintomas incapacitantes da esclerose múltipla.

"É realmente importante saber o que o sistema imunológico está a atacar," disse o pesquisador. "Os tratamentos de que dispomos hoje são apenas moderadamente eficazes, então talvez não estejamos a bloquear o tipo correto de células."


Fonte: Diário da Saúde

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