segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Será que todos nós desenvolvemos Formas Progressivas de Esclerose Múltipla?


Esta é uma questão que se esconde nas mentes de muitas pessoas diagnosticadas com EM remitente-recorrente (EMRR). Para muitos, cada pontada traz a preocupação de que este é o começo de progressão secundária-progressiva (EMSP).
Nova pesquisa indica que, à medida que avança na idade com EMRR, podemos não ter de nos preocupar com este agravamento.

Estima-se que 85% de pessoas diagnosticadas com esclerose múltipla (EM) são inicialmente diagnosticada com EMRR. Algumas dessas pessoas irão eventualmente desenvolver secundária-progressiva, que se caracteriza por uma progressão mais estável de sintomas, de incapacidade e diminuição ou nenhuma recaídas .

É usual supor-se que 80 a 90% de pessoas com EMRR acabariam por desenvolver EMSP dentro de 25 anos (50% em 10 anos) de diagnóstico, embora portadores de EM não tenham sido acompanhados por um período de tempo suficiente para saber realmente se estes valores se comprovam.

A EMSP é diagnosticada quando uma pessoa que foi inicialmente diagnosticada com EMRR, tem agravamento dos sintomas e/ou invalidez, sem recaídas durante 6 meses ou mais.

Pesquisadores da Turquia, Líbano e dos EUA procuraram determinar a percentagem de pessoas com EM reincidente-remitente que nunca vai desenvolver secundária progressiva. Eles combinaram duas bases de dados de pessoas que vivem com EM, a fim de obter a informação. Dessas pessoas, cerca de 30% tinham feito algum tipo de terapia modificadora da doença.

Os pesquisadores descobriram que a nossa idade afeta as probabilidades de desenvolver esclerose múltipla progressiva. A EMSP costuma ser diagnosticada numa idade média de 45 anos, com variação de mais ou menos 10 anos, independentemente de quando as pessoas são diagnosticadas com EMRR. Curiosamente, a forma primário-progressiva também tende a ser diagnosticada com a mesma idade.

O que significa o "efeito idade" em termos de risco de desenvolver EMSP?

Embora pareça lógico que quanto mais tempo você vive com EMRR, mais perto você pode estar de ela se começar a converter em EMSP. Uma vez que você tenha mais de 45 anos, este não parece ser o caso. Na verdade, o oposto é mais verdadeiro.
Quando uma pessoa com EMRR tenha mais de 45 anos, o risco de derivar para a forma EMSP cai para 35%.

Uma pessoa com mais de 50 apenas tem um risco de 20% de desenvolver EMSP.

Depois dos 60 anos, o risco de EMSP cai para 7%.

Depois de 75 anos de idade, se uma pessoa com EMRR não desenvolveu EMSP, é extremamente improvável (menos de 1% de probabilidade) que irá desenvolver EMSP.

Com base nos dados, os investigadores estimam que entre 38-43% das pessoas com EMRR nunca irá desenvolver SPMS, até completarem 75 anos de idade.

Esta acaba por ser uma boa notícia para aqueles que estão na meia-idade e com EMRR.

O facto do risco de desenvolvimento para esta forma progressiva continuar a diminuir à medida que a idade avança, pode ser encarado como um dos efeitos colaterais positivos do envelhecimento.

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