A Associação Todos com a Esclerose Múltipla (TEM) anunciou que irá avançar com a criação de um centro de reabilitação em vez do projecto inicial de construção de um Centro Multidisciplinar para Doenças Neurodegenerativas, que está mergulhado num vazio legal que dura há quatro anos e meio.
Não obtendo respostas sobre as regras de construção do centro de reabilitação, a TEM decidiu avançar com o projecto mesmo sem o apoio do Estado, limitando o período de funcionamento. O presidente da Direcção da TEM revelou que "com ou sem apoio do Estado vamos fazer o nosso Centro. Mas sem o apoio do Estado apenas vamos construir um Centro de Reabilitação em que os utentes apenas frequentarão uma parte do dia."
Paulo Alexandre Pereira acrescentou ainda que "em primeiro lugar, queremos ter as instalações funcionais para depois podermos prestar apoio domiciliário para aqueles que, por algum motivo, não se possam deslocar às nossas instalações"
De acordo com a TEM, há quatro meses que não obtém respostas da parte dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade Social sobre a criação do centro de reabilitação.
O Centro Distrital de Braga da Segurança Social considerou no início de 2010 que, por se tratar de um Centro de Dia com valências na área da saúde, não se enquadra na área da Segurança Social, integrando-se na Unidade de Dia de Promoção da Autonomia da Rede de Cuidados Continuados (Ministério da Saúde). Todavia, a portaria que regula estas unidades ainda não está regulamentada.
A TEM conta com o apoio de diversas instituições da região para concretizar o projecto com custo estimado de 185 mil euros. “Temos o apoio de uma empresa internacional de construção civil, a ‘JGomes’, que nos cedeu o espaço no centro de Braga, na Rua André Soares”, explica Paulo Pereira.
O ISAVE e a Universidade do Minho colaboram na assistência aos doentes através do apoio psicológico dado pelos serviços de Psicologia da Escola de Psicologia da UMinho e dos serviços de terapia ocupacional, fisioterapia e terapia da fala a cargo dos professores e alunos do ISAVE.
Paulo Pereira explica que, para garantir os serviços mínimos numa primeira fase, o centro de reabilitação terá seis pessoas ao serviço para o atendimento, entre professores e alunos colaboradores. Dependendo do tipo de tratamento e do espaço necessário, o centro poderá apoiar, em média, 24 doentes por hora.
Com inauguração marcada para o primeiro trimestre de 2011, o Centro Multidisciplinar para Doenças Neurodegenerativas pretende estar na primeira fase de apoio a utentes com doenças incapacitantes do foro neurológico.
Fonte: Correio do Minho, Diário do Minho
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