quarta-feira, 1 de junho de 2011

Reunião da SPN atrai número recorde de participantes


A Reunião da Sociedade Portuguesa de Neurociências (SPN), que decorreu no Instituto de Medicina Molecular (IMM), em Lisboa, entre quinta-feira e sábado, reuniu centenas de neurocientistas portugueses e estrangeiros para dar a conhecer que avanços têm ocorrido na área.

O primeiro simpósio sobre Neurodesenvolvimento começou com a palestra «Two PINCHS, Two Functions», de João Relvas.

O neurocientista do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), no Porto, apresentou alguns dos resultados que o grupo de investigação conseguiu desvendar sobre o processo de mielinização.

Para João Relvas, “é importante divulgar” estes avanços “porque é uma área muito interessante de diferenciação celular”. Ou seja, por um lado, “as células de aglia são células que se diferenciam e os mecanismos moleculares de diferenciação não são bem conhecidos”; por outro, “há mil vezes mais células de aglia no sistema nervoso do que neurónios”.

A divulgação dos estudos nesta área tem ainda um “significado importante do ponto de vista médico. A esclerose múltipla é a doença dos adultos jovens que é mais expressiva em termos neurológicos, em Portugal há entre cinco a seis mil doentes com esta doença”.

De acordo com o cientista, “existem doenças dismielinizantes e desmielinizantes”, as primeiras “são doenças em que essas membranas que rodeiam as axonas nunca se formam, como o caso das leucodistrofias”; as segundas são “quando a mielina está formada e começa a perder-se nos axónios causando graves defeitos neurológicos, que é o caso da esclerose múltipla”.

Uma vez que “a mielinização foi descoberta e descrita há 140 anos” mas, “ao fim de tantos anos, ainda não se sabe como esse processo se dá”, o que o grupo de investigação procura, “do ponto de vista biológico, é especificar e determinar quais são os mecanismos moleculares que regulam esse processo”, refere o investigador.


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