terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Farmacêuticos recusam multar doentes crónicos


A Ordem dos Farmacêuticos garante que não vai cobrar taxas aos doentes que façam mau uso dos medicamentos disponibilizados gratuitamente pelos hospitais.

O Ministério da Saúde está quer aprovar um diploma que vise multar os doentes que desperdicem ou façam mau uso dos medicamentos distribuídos gratuitamente nas farmácias hospitalares. A medida vai afectar sobretudo os portadores de sida, cancro, esclerose múltipla, transplantados renais, doentes de reumatologia ou com doença de khron, isto porque são os doentes que tomam medicamentos mais caros.

O Bastonário dos Farmacêuticos admite que existe um problema na dispensa de medicação aos doentes de ambulatório, mas não concorda com a solução encontrada: "A medida visa a redução da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e está bem diagnosticada. Só peça por ser tardia. É preciso encontrar uma solução, mas não é esta", adianta Maurício Barbosa.

"Falamos de medicação altamente dispendiosa, mas não estou a ver que seja cobrado um valor em caso de má utilização. Isto implica que os farmacêuticos passem multas. Não contem connosco", garante o bastonário..

Maurício Barbosa, em entrevista ao Ionline sugere três soluções mais adequadas: mais farmacêuticos e psicólogos clínicos nas unidades hospitalares; toma dos medicamentos com observação directa para doentes que não cumpram as regras; e um melhor trabalho de fiscalização por parte da associação que congrega os hospitais públicos. Para o bastonário, o problema de base é a falta de informação da maior parte dos utentes sobre a necessidade de tomarem a medicação, pelo que "é preciso promover a adesão à terapêutica e não há técnicos suficientes nos hospitais para o fazer por não haver tempo para isso".

O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos considera ainda que os incumpridores deveriam fazer a toma com observação directa, como já acontece com quem usufrui da substituição narcótica, ou seja, "em frente ao farmacêutico, nos hospitais ou nas farmácias comunitárias".

Maurício Barbosa recorda que "os gastos com medicamentos são a segunda maior despesa dos hospitais, depois dos vencimentos".



1 comentário:

parreira disse...

Foi-me diagnosticada em em setembro de 2008..não é fácil lidar com toda esta pressão...mais que a neurodegeneração (excerto a parte cognitiva)só temo a ignorância e a falta de informação.não sei porquê mas quase todas as noites choro...isto é normal?